segunda-feira, 25 de novembro de 2013


Xô dor de estômago

Prisão de ventre, refluxo, azia, gases. Quem nunca sentiu essas sensações desconfortantes? Elas alertam para problemas no sistema digestivo (também chamado de digestório), que podem ser orgânicos – como úlcera, gastrite e gastroenterite (inflamação ou infecção no sistema digestivo) – ou por causas funcionais, como o intestino irritável e o refluxo.
Xô dor de estômago"Estima-se que 500 milhões de episódios de gastroenterite acometam os americanos por ano (uma média de dois casos por ano por habitante). Aqui no Brasil, os números sem dúvida são maiores, devido aos problemas de saneamento que ainda temos nas regiões mais afastadas", alerta o dr. Jaime Zaladek Gil, gastroenterologista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).
Os problemas de digestão podem ocorrer em qualquer idade e estão bastante relacionados à rotina diária. Estresse, alimentação desequilibrada, pouca água e ansiedade funcionam como uma bomba no estômago. "Para manter a saúde do sistema digestório, a primeira regra é conciliar alimentação saudável e fracionada com equilíbrio emocional e atividade física", orienta o médico.
Conheça os principais problemas digestivos e saiba por que ocorrem e como tratá-los.

Prisão de ventre

"Para manter a saúde do sistema digestório, a primeira regra é conciliar alimentação saudável e fracionada com equilíbrio emocional e atividade física"
Falta de tempo, ambiente de trabalho ou concentração excessiva. Nada disso deve impedir a ida ao banheiro. O ato de evacuar pode parecer constrangedor para alguns, principalmente quando estão fora de casa. Mas lembre-se: você deve respeitar seu corpo e as vontades dele. Esse ato é totalmente involuntário, e torná-lo voluntário – ir ao banheiro apenas quando você quiser ou puder – nem sempre é a melhor maneira de educar o organismo.
É necessário estimular a musculatura do abdome, do diafragma e do períneo para que o final do ato da digestão de todos os alimentos ocorra normalmente e não fiquemos "enfezados".E esse estímulo só ocorre quando a pessoa vai ao banheiro. A retenção das fezes faz com que elas fiquem endurecidas, causando desconforto, distensão, dores abdominais, fissuras e até hemorróidas. Nessas horas, muitos recorrem aos laxantes, o que é um grave erro e pode piorar a situação. O laxante inadequadamente indicado e utilizado sem orientação causa a eliminação de fezes sem fazer o intestino trabalhar de forma adequada, iniciando outro círculo vicioso.
Para que o organismo volte a funcionar corretamente, é necessária uma dieta equilibrada, com verduras, frutas e muito líquido. A fibra é outro componente muito importante e deve ser consumida em quantidades adequadas diariamente, em conjunto com a realização de atividade física regular.

Refluxo gástrico

Um dos problemas mais comuns na sociedade é o refluxo, relacionado em muitas ocasiões à hérnia de hiato, que favorece a volta do suco gástrico pelo esôfago. Na maioria dos casos, a presença da hérnia, que acomete principalmente gestantes e pessoas obesas, é desconhecida. São vários os sintomas associados ao refluxo: tosse, pigarro, falta de ar e engasgos noturnos.
Junto com o refluxo vem outro sintoma: a azia. Ela é reflexo da irritação da mucosa do esôfago, devido ao aumento da salivação para tentar aliviar a queimação produzida pelo refluxo, como se fosse um antiácido natural. Para prevenir o refluxo e, conseqüentemente, a azia, são necessárias, na maioria das vezes, apenas algumas mudanças nos hábitos de vida. Invista em uma alimentação fracionada a cada 3 horas e não coma grandes quantidades de uma só vez. Além disso, evite roupas apertadas, que aumentam a pressão no abdome, e eleve a cabeceira da cama pelo menos 15 centímetros.

Peso no estômago

Se essa for a sensação depois de alguma refeição, é porque a pessoa tem empachamento gástrico, geralmente pós-alimentar. O nome pode parecer estranho, mas muitos têm esse problema. Ansiedade, tensão, raiva e estresse aumentam a produção de ácido clorídrico, provocando inflamação na camada do tecido mais superficial do estômago, chamada de mucosa gástrica, causando a gastrite.
Os sintomas são os mais desconfortáveis possíveis: náuseas, vômitos, saciedade precoce e dor no abdome. O segredo para evitar o problema – e até mesmo aliviar os sintomas – é comer sempre devagar, várias vezes ao dia e com refeições mais leves. Infecções por agentes bacterianos, como o Helicobacter pylori, e uso de antiinflamatórios - esses são causas usuais desses problemas e devem ser pesquisados e evitados.

Intestino irritado

Após a refeição vem aquela dor e a vontade de ir ao banheiro. O desconforto, o inchaço da barriga e os gases muitas vezes somem após a evacuação. Entre os principais sintomas estão a diarréia e a prisão de ventre. E, para combater essa síndrome, chamada de intestino irritável, nada melhor do que excluir do cardápio alimentos que ajudam a produzir os gases, como feijão, cebola, brócolis, repolho, uva e ameixa. A intolerância ao leite e a seus derivados também pode estar relacionada a esse problema.
Evite também bebidas à base de cafeína e as gaseificadas, responsáveis por levar grande quantidade de gás ao intestino. E atenção: nada de comer ou beber rapidamente, mascar chicletes e inspirar ar pela boca. Esses atos nos fazem engolir grande quantidade de ar, provocando mais gases.

Dicas que valem uma boa digestão

  • Diga adeus ao fast-food. Pelo fato de os alimentos conterem mais gordura, serem em geral fritos e com molhos à base de maionese, esses alimentos dificultam o trabalho do intestino e irritam o estômago.
  • Evite cigarro e bebida alcoólica. Essa dupla irrita muito o sistema digestivo
  • Opte por refeições mais leves, principalmente à noite, quando a digestão fica mais lenta.
  • Beba muita água, pois é o líquido que ajuda na formação do bolo fecal e evita o endurecimento das fezes.
  • Comer, beber e dormir. Essa é uma combinação explosiva para o sistema digestivo.
  • Coma várias vezes ao dia, sempre em quantidades pequenas e moderadas.

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