quinta-feira, 21 de março de 2013

Posted: 20 Mar 2013 05:30 PM PDT
O sarampo é uma doença infecciosa de origem viral, extremamente contagiosa, capaz de provocar diversos sintomas, como manchas pelo corpo, febre, tosse, faringite, conjuntivite, etc. Antes da vacina, o sarampo chegava a acometer até 90% das crianças até os 5 anos. Atualmente, porém, o sarampo é uma infecção pouco comum, tendo sido praticamente erradicado do Brasil desde o ano 2000 (os poucos casos ainda registrados são importados por pessoas que se contaminaram no exterior).

Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre o sarampo:
  • Transmissão do sarampo.
  • Sintomas do sarampo.
  • Tratamento do sarampo.
  • Prevenção e vacina do sarampo.
Se você quiser ler sobre outras infecções comuns da infância:
RUBÉOLA | Sintomas e diagnóstico
CATAPORA (VARICELA) | Sintomas e tratamento
CAXUMBA | Sintomas e complicações
COQUELUCHE | Sintomas, tratamento e vacina

Transmissão do sarampo


O sarampo é uma doença causada por um vírus, extremamente contagiosa e transmitida de pessoa para pessoa através de secreções das vias respiratórias, como as eliminadas na tosse, espirros ou mesmo durante a fala.

Gotículas infecciosas a partir de secreções respiratórias de um paciente com sarampo podem permanecer no ar durante várias horas. Portanto, um contato direto com alguém infectado pode não ser necessário para a transmissão do vírus. O sarampo pode ser transmitido em hospitais e consultórios médicos, entre passageiros do avião durante o voo, e também em escolas e comunidades densamente povoadas.

O período de incubação do sarampo é de 6 a 19 dias (média de 13 dias). O período de contágio ocorre entre 5 dias antes do aparecimento das erupções da pele até 4 dias depois. O pico do contágio ocorre 2 dias antes e 2 dias após o início das lesões de pele.

3 em cada 4 pessoas não vacinadas expostas ao vírus irão se contaminar e desenvolver sintomas. Ao contrário do que ocorre em várias outras viroses comuns da infância, como rubéola e caxumba, o sarampo não costuma causar casos leves, com sintomas brandos e inespecíficos, que possam passar despercebidos. Quem tem sarampo, o tem de verdade, com direito a todos os sintomas clássicos.

Sintomas do sarampo


O sarampo se manifesta inicialmente como uma infecção viral inespecífica, com febre alta, mal estar, coriza, tosse, perda do apetite, dor de garganta e conjuntivite. Esta fase inicial da doença chama-se pródromo e dura de 2 a 3 dias. Na transição da fase prodrômica para a fase de sintomas clássicos do sarampo começam a surgir pequenos pontos brancos na mucosa da boca, próximo aos dentes molares, que recebem o nome de manchas de Koplik. Estas manchas surgem geralmente 48 horas antes do aparecimento do exantema clássico do sarampo.

Exantema do sarampo
Lesões de pele do sarampo
As erupções de pele típicas do sarampo (exantema do sarampo) são machas avermelhadas, com discreto relevo, que surgem inicialmente no rosto e se espalham para o resto do corpo de forma descendente. As lesões podem ser abundantes, sofrendo fusão, de forma a criar grandes manchas avermelhadas. Em geral, a extensão e o grau de confluência do exantema se correlacionam com a gravidade da doença. Palmas das mãos e plantas dos pé raramente são envolvidos.

Outros achados característicos durante a fase exantemática incluem linfadenopatia (aumento dos linfonodos), febre alta (às vezes acima de 40ºC), faringite e conjuntivite. Tosse também é comum e pode persistir por até 2 semanas.

Durante o período exantemático, o paciente fica com o sistema imunológico comprometido, sendo um alvo fácil para outras infecções de origem bacteriana ou viral.

48 horas após o aparecimento da erupção cutânea, o paciente começa a melhorar. Com três a quatro dias, a erupção escurece, ficando acastanhada, e depois começa a descamar e sumir. A erupção geralmente dura um total de seis a sete dias. A febre costuma sumir quando o exantema começa a aliviar. Uma febre que dura mais de 3 ou 4 dias após o início das erupções pode ser sinal de uma complicação em curso, como pneumonia, diarreia, otite ou encefalite (inflamação do cérebro). A pneumonia e a encefalite são as complicações mais perigosas do sarampo.

O diagnóstico do sarampo é feito através dos achados clínicos e da sorologia sanguínea (pesquisa por anticorpos). O anticorpo do tipo IgM contra sarampo fica positivo a partir do terceiro dia de exantema e desaparece após 30 dias. O anticorpo tipo IgG surge no sétimo dia de exantema e fica positivo para o resto da vida.

Tratamento do sarampo


Uma vez que os sintomas do sarampo já tenham surgidos, não há tratamento específico para a doença. A única coisa a fazer é dar suporte e esperar que a doença se cure sozinha. Nas crianças, a administração de vitamina A parece reduzir a incidência de casos graves. A febre pode ser controlada com antipiréticos comuns, como Paracetamol. Não se deve usar nunca a aspirina (AAS) no sarampo, devido ao risco de síndrome de Reye, uma doença rara, mas com alta mortalidade, caraterizada por edema cerebral e lesão do fígado. Antibióticos só têm valor se houver alguma infecção bacteriana complicando o quadro de sarampo.

Prevenção e vacina do sarampo


Como não há tratamento efetivo durante a fase de sintomas, o controle do sarampo deve ser voltado para a prevenção. Nas últimas décadas, devido a ampla cobertura vacinal na maioria dos países, o sarampo de tornou uma doença pouco comum. No Brasil, por exemplo, não há circulação do vírus entre a população desde o início da década de 2000. A vacina contra sarampo é feita com vírus vivo atenuado e faz parte do calendário vacinal nacional (leia: CALENDÁRIO VACINAL).

Como a maioria das vacinas, a vacina do sarampo deve ser administrada antes do paciente ter qualquer contato com o vírus, de preferência durante o primeiro ano de vida. Porém, como o período de incubação do sarampo pode chegar a 19 dias, uma pessoa nunca imunizada, que tenha tido contato com alguém contaminado, pode ser vacinada, contanto que não ultrapasse o limite de 72 horas após a exposição ao vírus. Esta forma de vacinação não é a ideal, mas costuma ser efetiva em muitos casos.

Outra forma de prevenção para pessoas expostas ao vírus do sarampo é a administração de imunoglobulina. Pacientes com elevado risco de complicação, como imunossuprimidos, grávidas e crianças com menos de 1 ano ainda não vacinadas podem fazer uso da imunoglobulina caso venham a ter contato com pessoas contaminadas. Esta medicação deve ser administrada dentro dos primeiros 6 dias de exposição ao vírus

Rubéola é uma infecção viral, altamente contagiosa, que costuma acometer crianças. A rubéola é habitualmente uma infecção benigna, mas que pode causar sérias complicações se adquirida durante a gravidez.

Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre a rubéola:
  • O que é rubéola.
  • Como se pega rubéola.
  • Sintomas da rubéola.
  • Diagnóstico da rubéola (rubéola IgG e IgM).
  • Tratamento da rubéola.
  • Rubéola na gravidez.
  • Vacina contra rubéola.

O que é rubéola?

A rubéola é uma infecção viral que costuma causar febre e manchas avermelhadas pelo corpo, chamadas de rash. O homem é o único hospedeiro deste vírus.

A rubéola é uma doença que vem se tornando cada vez menos comum, principalmente após a intensificação das campanhas de vacinação nos últimos anos. No Brasil, não há casos de rubéola notificados desde 2009. 

Transmissão da rubéola

A rubéola é transmitida pelas vias aéreas, através de perdigotos (gotículas de saliva), como a maioria das infecções virais de transmissão aérea. O vírus da rubéola é altamente contagioso e costuma ser transmitido por espirros, tosse, beijos, talheres, ou mesmo através de conversas, caso haja tempo e proximidade suficientes para contato com perdigotos.

O período de incubação da rubéola, ou seja, o intervalo de tempo entre a contaminação e o aparecimento dos sintomas, é em média de 14 a 18 dias. Entretanto, o individuo contaminado já torna-se contagioso entre uma a duas semanas antes da infecção se tornar clinicamente aparente. Isso significa que poucos dias depois de ter sido contaminado, e antes de qualquer sintoma, o paciente já é capaz de passar o vírus para outras pessoas.

Em muitos casos a infecção pela rubéola é tão fraca que passa despercebida, o que não impede, porém, que o paciente contamine outras pessoas. Por este motivo, muitos indivíduos com rubéola não conseguem identificar quem os contaminou.

O vírus da rubéola habitualmente invade o organismo pelas vias aéreas, mas cinco a sete dias após a contaminação já se encontra espalhado por todo o corpo, podendo ser encontrado no sangue, urina, pulmão, liquor, pele, etc.

Após o aparecimento do rash, a taxa de transmissão começa a cair, deixando o paciente de ser contagioso 5 ou 7 dias depois.

Sintomas da rubéola

Na maioria das pessoas, a rubéola apresenta poucos ou nenhum sintoma. Isto é particularmente verdadeiro nas crianças, que costumam ter uma quadro de rubéola bem fraquinho.

Naqueles que desenvolvem sintomas, estes surgem 2 a 3 semanas após terem sido contaminados. Os sintomas inicias da rubéola são inespecíficos, semelhantes aos de qualquer virose, com febre, dores pelo corpo, dor de cabeça, dor de garganta, coriza e prostração. Um exame físico mais cuidadoso pode revelar linfonodos (ínguas) na nuca e atrás das orelhas, que são bem característicos da rubéola.

rubéola foto
Rash da rubéola (fonte wikipedia)
Após 1 a 3 dias de sintomas inespecíficos, surge o rash (exantema) da rubéola, que são pequenas manchas vermelhas difusas, como na foto ao lado. O rash costuma começar na face e descer para o resto do corpo em questão de horas. Dura em média 3 dias e depois desaparece. Além da pele, o rash também pode surgir no palato (céu da boca). Nesta fase, um quadro de dores nas articulações e conjuntivite também é comum.

O rash desaparece rápido, mas os linfonodos e as dores articulares podem durar ainda alguns dias. Crianças se recuperam mais rápido que adultos, que podem manter dores nas articulações por até um mês.

Como já dito, a maioria das pessoas não desenvolve sintomas após contato com o vírus. Mesmo aqueles que desenvolvem sintomas de rubéola, praticamente todos melhoram espontaneamente. Raramente, em média 1 a cada 6000 casos, o vírus pode acometer o cérebro, levando ao que chamamos de encefalite viral, um quadro gravíssimo e com alta mortalidade.

Crianças com rubéola devem ficar em casa até o rash desaparecer completamente, para evitar a contaminação dos colegas. Como a rubéola é uma doença que está em vias de ser erradicada, todos os casos devem ser notificados à secretaria de saúde.

Diagnóstico da rubéola 

O diagnóstico da rubéola é habitualmente feito através do quadro clínico. O diagnóstico diferencial deve ser feito com parvovirose e escarlatina (leia: ESCARLATINA | Sintomas e tratamento), que apresentam um rash muito parecido.

Quatro dias após o aparecimento do rash, o corpo já possui anticorpos contra a rubéola, o que permite realizar sorologia para confirmar laboratorialmente a doença. Como nesta fase a maioria das pessoas já está curada ou em processo de cura, e como não há tratamento específico para rubéola, sua confirmação laboratorial é geralmente desnecessária (exceto na gravidez. Explico mais abaixo).

Na sorologia existem dois tipos de anticorpos: anticorpos IgM e anticorpos IgG. O primeiro a aparecer é o IgM, que é o anticorpo que ataca o vírus. O IgM contra rubéola costuma já ser detectável no 4º dia de rash e permanece positivo por até 8 semanas. Após a cura, surge o segundo tipo de anticorpo, o IgG contra rubéola. O IgG é um anticorpo que indica que o paciente teve a doença e agora encontra-se curado e imunizado. Portanto, quem está com rubéola apresenta IgM positivo. Quem já teve rubéola ou foi vacinado apresenta IgG reagente.

Após a cura, os anticorpos IgG proporcionam uma imunização contra novos episódios de rubéola. Portanto, rubéola só se pega uma vez na vida. São raros e brandos os casos de reinfecção. O paciente pode ter contato novamente com o vírus da rubéola, mas os títulos de IgG se elevam rapidamente, impedindo que o paciente desenvolva a doença uma segunda vez.

Tratamento da rubéola

Não existe tratamento para rubéola. Mas isso não é um problema já que mais de 99% dos pacientes se curam espontaneamente. Em geral, prescrevemos antitérmicos e analgésicos para aliviar os sintomas até que o paciente esteja totalmente recuperado.

Síndrome da rubéola congênita

A grande preocupação em relação a rubéola está na contaminação de mulheres grávidas. Se em crianças e adultos a doença é branda, no feto em desenvolvimento ela pode ser catastrófica.

Se a rubéola for adquirida durante o primeiro trimestre, o risco de mal formações é maior que 80%. Além dos defeitos morfológicos, 1 em cada 5 mulheres infectadas sofre aborto nesta fase. A síndrome da rubéola congênita se caracteriza por catarata, surdez, defeitos cardíacos, alterações no fígado e lesão neurológica, inclusive com retardo do desenvolvimento mental. Em vários países do mundo o aborto é permitido em casos de rubéola no 1º trimestre.

Recém-nascidos com rubéola congênita podem transmitir o vírus por até um ano, sendo necessário evitar o seu contato com outras grávidas não imunizadas.

Infecções contraídas após a 20º semana trazem pouco risco de mal formações, porém ainda existe a chance de transmissão da virose para o feto. Normalmente estas crianças nascem com baixo peso, mas sem defeitos na formação.

Nas grávidas a sorologia ganha muita importância. Toda gestante deve ser testada para rubéola; caso seja IgG negativo, deve-se dobrar os cuidados em relação a contatos com pessoas com sintomas de virose.

Mulheres que sejam IgG reagente não correm risco de pegar rubéola durante a gravidez.  

Vacina contra rubéola

A vacina contra rubéola é composta de vírus vivo atenuado, e portanto, é contraindicada na gravidez. Porém, em 2006 um trabalho do ministério da saúde mostrou que em 26000 mulheres vacinadas inadvertidamente por desconhecerem o fato de estarem grávidas, nenhuma apresentou caso de rubéola congênita. Logo, não se vacina mulheres sabidamente grávidas, mas se ocorrer a vacinação por engano, o risco de complicações é baixo (leia: VACINAS NA GRAVIDEZ).

Toda mulher em idade fértil deve realizar uma sorologia para saber seu estado imunológico contra rubéola. Naquelas com resultado negativo (IgG negativo), deve-se aplicar a vacina. Pacientes que tenham IgG positivo estão imunizadas e não correm risco de terem  rubéola. Não é preciso vacinar pessoas que já tenham anticorpos IgG.

Não há problemas em receber a vacina durante a amamentação. Também não há problema em ser revacinado. Se durante uma campanha de vacinação a pessoa não lembra se já recebeu a vacina alguma vez na vida, ou se não sabe seu estado imunológico, ela pode ser vacinada. Esta orientação vale para homens e mulheres entre 20 e 39 anos.

Uma única dose da vacina contra rubéola é eficaz para criar imunização permanente em mais de 95% dos casos.

Como toda vacina com vírus vivo, ela também não deve ser tomada por pessoas imunodeprimidas ou com doença febril ativa.

Vale lembrar que a rubéola faz parte do atual calendário oficial de vacinação nas crianças

Leia o texto original no site MD.Saúde: RUBÉOLA | Sintomas e diagnóstico http://www.mdsaude.com/2009/03/rubeola-sintomas-e-vacina.html#ixzz2OB85hDIM


Caxumba, também conhecida como parotidite infecciosa, é uma infecção viral transmitida pela via respiratória, que acomete preferencialmente a glândula parótida. Neste texto vamos abordar os principais aspectos da caxumba, incluindo transmissão, sintomas, complicações, tratamento e vacinação.

A glândula parótida, ou simplesmente parótida, é a maior das três glândulas que compõem a glândula salivar, responsáveis pela produção de saliva. O vírus da caxumba ataca preferencialmente a parótida, fazendo com que a mesma fique inchada e dolorosa. A caxumba também pode acometer as outras glândulas salivares de modo uni ou bilateral. 

Glândulas salivaresParótida inchada - Caxumba

Transmissão da caxumba

A caxumba é transmitida de uma pessoa para outra através das secreções das vias aéreas, de modo semelhante a que ocorre com outras viroses respiratórias como a gripe e o resfriado (leia: DIFERENÇAS ENTRE GRIPE E RESFRIADO). O vírus da caxumba é altamente contagioso, sendo facilmente transmitido para pessoas susceptíveis.

O período de incubação da caxumba varia entre 14 e 25 dias. Entre 3 e 5 dias antes do aparecimento dos sintomas típicos da caxumba, o paciente apresenta o que chamamos de pródromos, sintomas inespecíficos que podem ser confundidos com um início de gripe, como dor de cabeça, febre baixa, perda do apetite, mal estar e dor muscular.

O paciente contaminado já é capaz de transmitir o vírus três dias antes dos sintomas prodrômicos surgirem, mantendo-se contagioso por até 5 dias após o aparecimento dos sintomas típicos da caxumba, sendo este o tempo indicado de isolamento dos pacientes.

Sintomas da caxumba

CaxumbaNem todas as pessoas contaminadas pelo vírus da caxumba irão desenvolver sintomas. Cerca de 20 a 30% não costumam apresentar sintomatologia, no máximo queixas inespecíficas que passam praticamente despercebidas.

Nos pacientes sintomáticos, 95% apresentam a parotidite, com dor e edema (inchaço) das glândulas parótidas, provocando a clássica manifestação clínica da caxumba. A parotidite costuma ser bilateral, mas eventualmente pode acometer apenas um lado. Este inchaço no rosto costuma durar até 10 dias.

Além do edema da parótida, a caxumba também provoca febre, cansaço e mal estar.

O diagnóstico pode ser confirmado pela sorologia, porém o quadro clínico costuma ser tão típico que esta confirmação laboratorial não precisa ser feita obrigatoriamente.   

Complicações da caxumba

As complicações da caxumba são raras, porém costumam ser graves. A maioria delas ocorria antes do advento da vacina, mas ainda podem ser encontradas em adultos nos dias de hoje. O fato das complicações poderem ocorrer mesmo naqueles pacientes que não desenvolvem parotidite é uma importante causa de atraso no diagnóstico correto da caxumba. Entre as complicações, podemos citar:

Orquite: o acometimento dos testículos pelo vírus é a mais famosa e mais comum complicação da caxumba. É uma complicação que ocorre em até 40% dos homens que contraem caxumba após o início da adolescência. Alterações na fertilidade ocorrem em até 13% dos pacientes com orquite, entretanto, a esterilidade é rara.

Os sintomas da orquite pela caxumba são febre alta, dor testicular (leia: DOR NOS TESTÍCULOS | Principais causas) e edema na bolsa escrotal. O intervalo entre a parotidite e a orquite costuma ser de 10 dias.

Ooforite:  analogamente ao que ocorre com os homens, a caxumba também pode atacar os ovários, causando a ooforite. É uma complicação menos comum e ocorre em aproximadamente 7% das mulheres em idade pós-puberal.

Meningite: ocorre em menos de 10% dos casos e, ao contrário da meningite bacteriana, costuma ter bom prognóstico, com resolução espontânea e sem deixar sequelas. A encefalite, infecção do cérebro, é uma complicação rara. Para saber mais sobre meningite e suas causas, leia: MENINGITE | Sintomas, Transmissão e Vacina

Surdez: antes da vacina, a caxumba era uma importante causa de surdez infantil. Atualmente é uma complicação rara.

Aborto: a infecção por caxumba no primeiro trimestre é um importante fator de risco para aborto. Entretanto, quando a gravidez consegue seguir seu curso, não parece haver maior risco de má-formações

Outras complicações mais raras da caxumba incluem:
- Pancreatite (leia: PANCREATITE CRÔNICA | PANCREATITE AGUDA)
- Artrite (leia: ARTRITE e ARTROSE | Sintomas e diferenças)
- Síndrome de Guillain-Barré (leia: SÍNDROME DE GUILLAIN -BARRÉ | Sintomas, causas e tratamento)
- Miocardite (inflamação do músculo do coração)

 Tratamento da caxumba

Não há tratamento específico para caxumba; em geral prescrevemos apenas sintomáticos, como analgésicos e antipiréticos. A caxumba é na imensa maioria dos casos uma doença auto-limitada com resolução espontânea dentro de 2 semanas.

Vacina para caxumba 

A imunização contra caxumba faz parte do atual calendário de vacinação, sendo administrada através da vacina tríplice viral, chamada de MMR, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola (leia: VACINAS - Calendário de vacinação, efeitos colaterais e contra-indicações ).

Todos os adultos não imunizados contra caxumba na infância podem receber a vacina, principalmente se houver pessoas próximas com a doença. As contra-indicações incluem gravidez, pacientes com imunossupressão e pessoas alérgicas ao antibiótico neomicina.

A eficácia da vacina está acima dos 96% e pacientes recém imunizados não transmitem o vírus vacinal, por isso não precisam evitar contato com nenhum grupo de pacientes.

Leia o texto original no site MD.Saúde: CAXUMBA | Sintomas e complicações http://www.mdsaude.com/2010/11/caxumba-sintomas.html#ixzz2OBCyAr3R

coqueluche, também conhecida como pertússis ou tosse convulsa, é uma infecção altamente contagiosa do trato respiratório causada pela bactéria Bordetella pertussis. A coqueluche, uma doença atualmente prevenível por vacina, cursa com violentas crises de tosse dolorosa. Neste texto vamos abordar a transmissão, sintomas, tratamento e prevenção desta infecção

Epidemiologia da coqueluche

Até a primeira metade do século XX a coqueluche era uma das principais causas de morte em crianças. Após o advento da vacina na década de 1940, a incidência despencou, principalmente nos países desenvolvidos, tornando-se uma doença pouco comum. No Brasil são registrados cerca de 1000 novos casos de coqueluche por ano. Apesar de incomum em boa parte do planeta, a coqueluche ainda atinge anualmente cerca de 40 milhões de pessoas no mundo, principalmente na África e no Sudeste Asiático.

Coqueluche
Tosse convulsa
Nas últimas 2 décadas a incidência de coqueluche tem aumentado em todo mundo, inclusive na Europa e EUA. As causas ainda não são conhecidas, mas acredita-se que seja por uma conjunção de fatores, como perda da eficácia da vacina em adultos vacinados há muito tempo, falhas na vacinação da população infantil (são necessárias pelo menos 3 doses da vacina para uma imunização efetiva) e uma maior capacidade da medicina em diagnosticar a doença. 

A despeito da vacinação, a cada 2 a 5 anos ocorrem surtos localizados de coqueluche em praticamente todos os países (não necessariamente ao mesmo tempo). Este dado nos indica que a vacinação é eficaz em prevenir a doença, mas não elimina a circulação da bactéria no meio. Sempre que há acúmulo de indivíduos susceptíveis, seja por falta de vacinação ou por perda de eficácia da mesma com o tempo, a coqueluche reaparece pontualmente.

Transmissão da coqueluche 

O ser humano é o único animal que abriga a bactéria Bordetella pertussis. A coqueluche é uma doença altamente contagiosa, sendo a transmissão feita através de aerossóis e gotículas das vias aéreas lançadas ao ambiente, principalmente durante a tosse. Após um episódio de tosse a bactéria é lançada ao ar e pode infectar pessoas em um raio maior do 1,5 metros de distância. A transmissão pelas mãos é uma importante via de propagação da doença.

Assim com em qualquer caso de infecção contagiosa das vias respiratórias, a transmissão de vírus e bactérias é feita por aerossóis expelidos durante a fala, espirros e tosse. Entretanto, a principal via de transmissão costuma ser as mãos, que são frequentemente levadas à boca e ao nariz do indivíduo enfermo, entrando em contato com secreções contaminadas, tornando-se assim um importante reservatório de germes. Para diminuir o risco de contaminação evite contato próximo e prolongado com pessoas infectadas com infecções respiratórias e lave as mãos com frequência, pois mesmos objetos manuseados por indivíduos doentes podem transmitir germes. Uma vez que haja bactérias ou vírus na sua mão, basta coçar o nariz ou encostá-la na boca para se contaminar.

Sintomas da coqueluche

Após a exposição à bactéria Bordetella pertussis, o tempo médio de incubação é de 7 a 10 dias. Quando surgem os sintomas, a doença pode ser dividida em 3 estágios:

1. Estágio catarral 

O estágio catarral é a primeira fase da coqueluche e dura de 1 a 2 semanas. O sintomas são semelhantes ao de uma virose respiratória comum, com febre baixa, rinite, mal estar, conjuntivite, espirros e tosse. Esta é a fase onde a doença encontra-se mais contagiosa.

2. Estágio paroxistico 

Ao final do estágio catarral, a tosse que era fraca vai se tornado frequente e cada vez mais forte. Os ataques de tosses tornam-se violentos e podem durar mais de um minuto. O paciente durante as crises tem dificuldade para respirar e costuma fazer um som agudo, tipo um silvo ou "guincho", quando inspira contra as vias aéreas comprimidas pela tosse. Os ataques de tosse podem ser tão intensos que causam vômitos e exaustão. As crises são mais comuns à noite e o paciente pode ter mais de 20 episódios ao longo das 24h. As crises de tosse duram até 6 semanas, sendo mais intensas nas duas primeiras. 

3. Estágio de convalescença

Após 6 semanas de estágio paroxístico, a tosse começa a aliviar, permanecendo por ainda quase 1 mês, mas já sem os paroxismos. Todavia, as crises podem voltar caso o paciente nesta fase tenha o azar de apresentar outra infecção das vias aéreas, como uma gripe, por exemplo.

Adultos podem ter coqueluche se não tiverem sido vacinados corretamente ou se a vacina tiver perdido eficácia ao longo dos anos. Neste grupo a coqueluche pode não apresentar os sintomas e estágios típicos descritos acima, principalmente se o paciente já tiver sido vacinado. O sintoma mais comuns de coqueluche no adulto são as intensas crises de tosse, que podem levar a vômitos e duram até 3 meses.

Complicações da coqueluche

As principais complicações da coqueluche ocorrem em crianças, principalmente nas menores de 6 meses. Os problemas são geralmente secundários às violentas crises de tosses e incluem:

- Pneumotórax (leia: PNEUMOTÓRAX | Causas, sintomas e tratamento)
- Distensão muscular
- Crises convulsivas (leia: EPILEPSIA | CRISE CONVULSIVA | Sintomas, tipos e como proceder)
- Hernias abdominais
- Fratura de costela
- Pneumonia (leia: PNEUMONIA | Sintomas e tratamento)
- Lesões nos ouvidos
- Lesões nos olhos

A maioria dos casos de mortes por coqueluche ocorrem em crianças menores que 6 meses, exatamente o grupo que ainda não completou a série de 5 vacinas. A taxa de mortalidade encontra-se em 1% dos casos. Quanto mais nova a criança, maior o risco.

Tratamento da coqueluche

Quando a coqueluche ocorre em crianças com até 1 ano de idade, geralmente é necessário internamento hospitalar para ajudar na hidratação e alimentação. Antitussígenos não funcionam e atualmente seu uso é desencorajado. Antibióticos contra Bordetella pertussis, se inciados precocemente, diminuem o tempo de doença e a taxa de transmissão. Após 5 dias de antibióticos, o paciente deixa de ser transmissor da bactéria.

A profilaxia com antibióticos é indicada para todos familiares ou pessoas que tiveram contato próximo com o paciente nos 21 dias que antecederam o início dos sintomas, não importando a idade ou o estado vacinal dos mesmos.

Vacina para coqueluche 

O atual esquema de vacinação do ministério da Saúde no Brasil indica um total de 5 doses da vacina tríplice DTP contra difteria, tétano e pertússis (coqueluche) a serem dadas nos 2º, 4º e 6º meses, com doses de reforço no 15º mês e aos 4 anos de idade. Com o aumento da incidência de coqueluche entre adolescentes e adultos, alguns médicos estão indicando uma nova dose de reforço aos 11 anos de idade.

A vacina reduz muito a chance de contaminação, mas como qualquer vacina, não é 100% efetiva, principalmente se a última dose foi administrada há muitos anos.

Para saber mais sobre vacinas e o calendário de vacinação brasileiro, leia: VACINAS | Calendário, efeitos colaterais e contra-indicações

Leia o texto original no site MD.Saúde: COQUELUCHE | Sintomas, tratamento e vacina http://www.mdsaude.com/2011/04/coqueluche-sintomas.html#ixzz2OBDJquwG


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