sexta-feira, 26 de julho de 2013





Após a fecundação a nova célula diplóide sofre várias divisões mitóticas sucessivas, originando um indivíduo com milhões de células organizadas em tecidos e órgãos, ao final de cerca de 266 dias. Ao período de desenvolvimento embrionário chama-se gestação.

Primeiro trimestre de gestação

A primeira divisão mitótica do zigoto ocorre cerca de 24 horas após a fecundação, iniciando-se a segmentação. Esta fase decorre ao longo da trompa de Falópio, e dura alguns dias. O número de células vai aumentando, mas sem a dimensão global se alterar. Quando chega ao útero, a mórula tem 16 células.
A mórula transforma-se por segmentação numa estrutura, o blastocisto, constituída por uma cavidade cheia de liquido uterino, o blastocélio, uma massa de células que dará origem ao novo ser, o botão embrionário, e uma camada de células externa, o trofoblasto. As células do botão embrionário são estaminais, isto é, são totipotentes podendo potencialmente cada uma delas dar origem a um novo ser. Quando o blastocisto entra em contacto com o endométrio, inicia-se a implantação do embrião. A implantação do embrião no endométrio chama-se nidação e leva cerca de 5 dias. Durante este período as células do trofoblasto produzem enzimas que catalizam a digestão do epitélio uterino, permitindo ao embrião penetrar na parede uterina. Esta estrutura dará origem à maior parte dos anexos embrionários que permitem que o desenvolvimento embrionário ocorra no interior do organismo materno. Os anexos embrionários – âmnio, córion, saco vitelino, alantóide e placenta – formam-se quando se inicia a nidação. O córion, possui vilosidades que vão penetrar nas lacunas do endométrio preenchidas por sangue materno devido à ruptura dos capilares. O embrião fica totalmente coberto pela mucosa interina aos 11-12 dias, estando completa a nidação.
Nas primeiras duas a quatro semanas o embrião obtém os nutrientes directamente do endométrio.
Ao fim de cerca de 15 dias, começa a ocorrer a gastrulação e o início da organogénese. Dá-se a diferenciação celular a partir dos três folhetos embrionários (ectoderme, mesoderme e endoderme), em tecidos, órgãos e sistemas de órgãos.
Destino dos folhetos embrionários:
ectoderme: sistema nervoso, órgãos sensoriais, epiderme e pêlos
mesoderme: derme, esqueleto, músculos, sistemas reprodutor, excretor e circulatório
endoderme: sistema respiratório, revestimentos do tubo digestivo, da orgão reprodutor feminino e da bexiga, glândulas do tubo digestivo, fígado e pâncreas
O coração começa a bater a partir da 4a semana, e a partir da 8a semana o embrião passa a chamar-se feto e é aparentemente um ser humano, que apesar de já bem diferenciado tem apenas 5 cm no final do 1º trimestre. Formam-se também os outros anexos durante este período:
o âmnio: membrana que delimita a cavidade amniótica preenchida pelo líquido amniótico, no qual se encontra imerso o embrião. O líquido impede a desidratação e protege dos choques mecânicos.
A vesícula vitelina, e o alantóide, embora sejam muito importantes noutras espécies, nos mamíferos são pouco relevantes, e o seu papel é assumido por um outro anexo embrionário, a placenta.
a placenta: estrutura em forma de disco, formada a partir das vilosidades coriónicas do embrião e do endométrio materno. Encontra-se ligada ao embrião através de um canal formado a partir do âmnio, o cordão umbilical, no qual existem duas artérias e um veia. Estes vasos estão interligados por capilares através dos quais se fazem as trocas de substâncias entre a mãe e o embrião. Ao nível hormonal tem também um papel muito importante.
Na mãe, cessa a menstruação e os seios aumentam.

Segundo e terceiro trimestres da gestação – período fetal

Durante o segundo trimestre o feto cresce rapidamente e atinge os 30 cm e mostra-se muito activo. No último trimestre atinge, geralmente, os cerca de 3 kg e um comprimento de cerca de 50 cm. A actividade fetal pode diminuir visto o espaço ser limitado.

O parto

O bebé finalmente nasce. Este processo divide-se em três fases:
Dilatação do colo do útero
Abertura e dilatação do cérvix da mãe, saída do liquido amniótico (daí a expressão popular “rebentamento das águas”), surgem as primeiras contracções rítmicas uterinas
expulsão do bebé: fortes contracções uterinas forçam o feto a sair do útero através do orgão reprodutor feminino. Os pulmões do bebé outrora cheios de liquido amniótico enchem-se de ar pela primeira vez. O cordão umbilical é cortado.
Expulsão da placenta
A placenta e os restantes anexos embrionários são expulsos do corpo da mãe

Regulação Hormonal na nidação e gestação

As células do blastocisto segregam hormona gonadotropina coriónica (hCG) que actua no corpo lúteo do ovário. A hCG tem uma acção semelhante à hormona LH, induz o crescimento do corpo lúteo para que a secreção de estrogénios e de progesterona continue, evitando assim a secreção de FHS e LH pela hipófise até depois do nascimento. Esta regulação hormonal inibe a formação de um novo folículo e descamação do endométrio. O endométrio uterino forma hCG a partir do 1º dia após a nidação, sendo detectada na urina, por exemplo, através dos testes de gravidez (os mais correntes vendidos em farmácias e supermercados). Posteriormente, são o córion e depois a placenta que sintetizam a HCG. Perto da 7a semana a placenta começa a produzir progesterona, substituindo o corpo lúteo. E na 12a passa a ser um função única da placenta, e o corpo lúteo deixa de ser necessário e degenera. A progesterona e estrogénios produzidos pelo corpo lúteo ou pela placenta iniciam o crescimento dos tecidos mamários para a preparação da lactação. A hipófise anterior produz prolactina, fundamental nas glândulas mamárias. Durante a gravidez a produção de leite é inibida pela progesterona. Aumentam o número de glândulas produtoras de leite (lóbulos) e no final do terceiro trimestre estas glândulas podem produzir colostro, um liquido amarelo que fornece ao recém-nascido proteínas, vitaminas, minerais e anticorpos.

Regulação hormonal no parto

No final da gestação a parede do útero sofre alterações, ficando mais esticada e comprimida pelo feto, que aumentou bastante de tamanho. Nesta fase os níveis de estrogénio são superiores aos da progesterona, as células da placenta começam a produzir prostaglandinas, hormonas que causam a contracção da musculatura lisa do útero. A pressão que a cabeça do feto exerce sobre o colo do útero gera a formação de impulsos nervoso para o cérebro da mãe, que liberta a hormona oxitocina pela hipófise posterior. Ambas a oxitocina e a prostaglandinas causam contracções do útero, forçando o nascimento do feto.

Regulação hormonal no aleitamento

Durante a gestação é produzida prolactina pela hipófise anterior. O efeito desta hormona é retardado pela progesterona e estrogénio, cujos níveis baixam muito no nascimento do bebe permitindo que a prolactina accione a produção de colostro e depois de leite. A própria sucção do mamilo pelo recém-nascido induz a produção de prolactina que estimula as glândulas mamárias a produzirem mais leite.
Fonte: casadasciencias.org
Desenvolvimento Embrionário Humano


Embriologia é a ciência que estuda a formação e o desenvolvimento dos órgãos e sistemas do ser humano. Todo organismo sofre mudanças progressivas durante sua vida. Essas mudanças são muito mais pronunciadas e rápidas nas fases mais jovens do desenvolvimento, principalmente na fase embrionária. E embora o nascimento seja um momento que marca o término de uma fase e o início de outra, não representa o fim dos processos de desenvolvimento humano. A embriologia se ocupa das transformações sofridas pelo óvulo até o nascimento.Em termos didáticos, engloba o período de gametogênese, fertilização, clivagem, gastrulação e organogênese.
O desenvolvimento de cada ser humano começa com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Após a fecundação tem início uma série de eventos que caracterizam a formação do zigoto que dará origem ao futuro embrião.
O zigoto é uma célula única formada pela fusão do óvulo com o espermatozóide e na qual estão presentes os 46 cromossomos provenientes dos gametas dos pais, cada um contendo 23 cromossomos.
A partir de 24 horas contadas após a fecundação, o zigoto começa a sofrer sucessivas divisões mitóticas, inicialmente originando inúmeras células até que por volta do 6º dia após a fecundação, já no útero, esse conjunto de células se implanta no endométrio. Damos a esse fenômeno o nome de nidação.
No endométrio uterino o embrião irá crescer e se desenvolver, até que na 9ª semana de gestação passa a ser chamado de feto. Este com todos os órgãos e tecidos praticamente já formados, mas mede cerca de 3,7 cm.
O período fetal é caracterizado por um crescimento rápido e pela continuação da diferenciação dos tecidos e dos órgãos. Entre a 10ª e a 20ª semana o feto cresce principalmente em comprimento. Entre a 21ª e a 40ª semana o feto cresce sobretudo em peso.
Perto do final da gravidez o feto distingue perfeitamente a voz da mãe. Responde a estímulos musicais ou a barulhos e vê a luz através da parede abdominal. A data provável do parto coincide com as 38 semanas após a fecundação, ou seja, cerca de 40 semanas (ou 280 dias) após o início do último período menstrual.

Períodos

Período Embrionário (Organogênese) – 4ª à 8ª Semana.
Período Fetal – 9ª à 38ª semana.
Gestação pré-termo – Antes de 37 semanas completas (até 36 sem e 6 dias).
Gestação a termo – Entre 37 semanas completas e 41 sem e 6 dias.
Gestação pós-termo – Após 42 semanas completas.

A Embriologia como ciência

O primeiro método utilizado na investigação do desenvolvimento embrionário foi o da observação. Aristóteles, estudando embriões de aves, foi o primeiro a fornecer informações corretas sobre o desenvolvimento do embrião. Infelizmente só depois da Idades Média é que apareceram os novos dados, com as observações mais precisas de Fabrizio D'Acquapendente (1537-1619), William Harvey (1578-1667) e Marcello Malpighi (1628-1694). A embriologia porém só veio a se firmar como ciência após os trabalhos de von Baer (1792-1876), considerado o pai da embriologia moderna; foi ele quem identificou o óvulo dos mamíferos, distinguindo-o do folículo de Graaf e também demonstrou a importância dos folhetos germinativos no desenvolvimento embrionário. Só após o estabelecimento da teoria celular (1839) foram lançadas as linhas mestras da embriologia atual.

Utilidade

A embriologia tem ampla aplicação no estudo da anatomia humana, pois fornece uma explicação racional para a disposição e as relações entre os órgãos no adulto, por exemplo, a disposição das alças intestinais, a assimetria dos vasos torácicos e abdominais, a inervação múltipla da língua, a distribuição dos mesos e etc.
Como a embriologia também estuda as relações entre o feto e mãe ela é indispensável no conhecimento da anatomia e fisiologia materna durante a gestação. Alem disso tem aplicação em toda a medicina, pois nos permite entender as malformações congênitas e dessa forma saber tratá-las.
Esse capítulo do nosso site não esmiuçará a gametogênese (formação do gameta masculino e feminino), os aparelhos reprodutores e o processo de fertilização. Isso porque esses estudos, ao meu ver, se fazem mais pertinente em outros capítulos. Aqui você encontrará informações sobre embriologia que lhe permitirão entender a anatomia do feto, da criança e do adulto.
Fonte: www.anatomiaonline.com

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