MÚSCULOS ESQUELÉTICOS
Compõe o Sistema músculo-esquelético ou Aparelho Locomotor
Características Gerais
Endomísio
Bainha de tecido conectivo que reveste a fibra muscular.
Perimísio
Bainha de tecido conectivo que reveste os fascículos.
Epimísio
Bainha de tecido conectivo que reveste o músculo como um todo podendo se fundir à fascia.
Classificação dos músculos esqueléticos quanto à forma
Retangular ou quadradoAs fibras musculares dispõem-se paralelamente ao longo do maior eixo do músculoPeniformeAs fibras musculares dispõem-se paralelamente entre siFusiformeAs fibras musculares não se dispõem paralelamente
Origem e Inserção dos músculos esqueléticos
O músculo esquelético se fixa nos ossos através do periósteo por meio de um tendão ou de uma aponeurose, sendo uma extremidade denominada origem e a outra inserção.
Quando um músculo se contrai e realiza um movimento de uma articulação, uma de suas extremidades fica fixa, geralmente denominada de origem; já a outra extremidade se movimenta, geralmente denominada de inserção.
Pode-se ainda utilizar-se da regra que convenciona que a extremidade mais proximal do músculo é a origem, e a mais distal é a inserção.
Classificação do músculo esquelético quanto ao número de articulação que atua
UniarticularBiarticularMultiarticular ou poliarticular
Tendões e Aponeuroses
São tecidos conectivos, compostos por feixes de fibras colágenas, com baixa quantidade de elastina.
Os tendões são mais alongados e mais espessos, como se fossem cordas.
Já as aponeuroses são finas e largas, como bandas.
Ambos tem a função de conectar o músculo ao osso, seja na origem ou na inserção.
No ponto em que os tendões se inserem ao osso, os feixes de fibras colágenas abrem-se em forma de leque no periósteo.
Outras estruturas do músculo esquelético
Bainha tendinosaBolsa ou bursa sinovialFáscia
Rony Inácio
Fonte: www.fes.br
II – MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO
1. Elementos constitutivos
1.1 – Ventre
Porção central, avermelhada e contrátil do músculo
1.2 – Tendão
Partes ou extremidades dos músculos por onde os músculos se fixam.
1.2.1 – Tendão propriamente dito: em forma de fita, cilíndrico.
1.2.2 – Aponeurose: tendão em forma de fita.
1.2.2 – Aponeurose: tendão em forma de fita.
1.3 – Fáscias
Lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo, separando os grupos musculares em lojas ou compartimentos conforme as suas funções. Para que os músculos possam exercer eficientemente um trabalho de tração ao se contrair e para que estes deslizem entre si, é necessário que eles estejam dentro de uma bainha elástica de contenção.
1.3.1 – Retináculos
São espessamentos da fáscia, localizados nos membros, que servem para a contenção dos tendões.
2. Anexos Musculares
São estruturas que contém líquido sinovial e permitem aos tendões o deslizamento sem atrito durante o movimento das articulações.
2.1 – Bainhas sinoviais: abraçam os tendões, deixando um mesotendão.
2.2 – Bolsas sinoviais: interpõem-se entre o tendão e o osso.
3. Origem e inserção de um músculo
3.1 – Origem
É a extremidade do músculo que está preso no segmento que permanecerá fixo durante o movimento.
3.2 – Inserção
É a extremidade do músculo que está preso no segmento que se deslocará durante o movimento.
Nos membros, geralmente a origem de um músculo é proximal e a inserção é distal. Porém um músculo pode alterar seus pontos de origem e inserção em determinados movimentos.
4. Classificação dos músculos estriados esqueléticos:
4.1 - Quanto à forma e arranjo das fibras
4.1.1 – Fibras paralelas
a. Longos
O comprimento predomina sobre as outras dimensões.
Fusiformes
As fibras convergem em direção aos tendões de origem e inserção, sendo a parte média mais larga do que as extremidades.
Exemplo: bíceps braquial.
b. Largos
São os músculos que apresentam a largura e o comprimento equivalentes.
Ex: Glúteo máximo.
Leque: as fibras convergem para um tendão em uma das extremidades.
Ex: Peitoral maior.
4.1.2 – Fibras oblíquas
a. Unipenados
Fibras paralelas inserem-se obliquamente em um dos lados dos tendões.
Ex: extensor longo dos dedos do pé.
b. Bipenados
O tendão está no centro, e de cada lado se insere um feixe de fibras paralelas entre si.
Ex: reto femoral.
c. Multipenados
Apresentam várias disposições penadas.
Ex: Del tóide.
4.1.3 – Fibras circulares
As fibras estão dispostas em círculos paralelos, formando verdadeiros anéis.
Ex: orbicular do olho.
4.2 – Quanto à origem ou ao número de cabeças
4.2.1 – Bíceps: têm duas cabeças.
4.2.2 – Tríceps: têm três cabeças.
4.2.3 – Quadríceps: tem quatro cabeças.
4.4.1 – Digástrico: possui dois ventres.
4.4.2 – Poligástrico: possui mais de dois ventres.
4.5 – Quanto à ação
4.6 – Quanto à função em determinado movimento
4.7 – Quanto à origem embriológica
PRICIPAIS MÚSCULOS AXIAIS DO CORPO HUMANO
I – Cabeça
1. Da mastigação
1.1 – Músculos: temporal, pterigoídeos lateral e medial e masseter.
2. Da expressão facial
2.1 – Músculos
Galéia aponeurótica, occipital, frontal, parietal, auriculares superior, anterior e posterior, platisma, orbicular da boca, zigomáticos maior e menor, elevador e depressor do ângulo da boca, elevador do lábio superior, depressor do lábio inferior, mentoniano, rizório, depressor do septo nasal, corrugador do supercílio, prócero, nasal, levantador do lábio superior, dilatador da asa do nariz e bucinador.
II – PESCOÇO
1. Ventrais
1.1 – Superficiais
1.1.1 – Músculos: esternocleidomastoídeo, supra-hioídeos (digástrico, milo-hióideo e gêniohioídeo), infra-hioídeos (esterno-hioídeo, esternotireoídeo, tíreo-hioídeo e omo-hioídeo).
1.2 – Profundos
1.2.1 – Músculos: longos da cabeça e do pescoço, escalenos anterior, médio e posterior.
2. Dorsais
2.1 – Profundos
2.1.1 – Músculos: retos anterior, posteriores maior e menor e oblíquos superior e inferior.
II – Tórax
Músculos: peitorais maior e menor, subclávio, serrátil anterior, intercostais internos, externos e íntimo, subcostais, transverso do tórax, supratorácicos (inconstantes) e diafragma.
IV – ABDOME
Músculos: oblíquos interno e externo do abdome, transverso do abdome, reto do abdome, piramidal (inconstante), quadrado lombar, psoas maior e menor (inconstante) e ilíaco.
V – PELVE
Músculos: levantador do orifício retal, coccígeo, isquicoccígeo, p ubococcígeo, puborretal e piriforme.
VI – PERÍNEO
Músculos: bulbo esponjoso, isquiocavernoso, transverso profundo do períneo e transverso superficial do períneo.
VII – DORSO
1. Músculos superficiais: trapézio e grande dorsal.
2. Músculos médios: rombóides maior e menor, elevador da escápula e serrátil póstero-superior e inferior.
3. Músculos profundos (eretores da espinha): ileocostais, longos, espinhais, multífidos e rotadores longos e curtos.
VIII – MEMBROS SUPERIORES
1. Ombro e axila
1.1 – Músculos
Deltóide, supra-espinhal, infra-espinhal, redondos maior e menor e subescapular.
2. Braço
2.1 – Músculos ventrais (flexores): bíceps braquial, braquial e coracobraquial.
2.2 – Músculos dorsais (extensores): tríceps braquial.
3. Antebraço
3.1 – Ventrais (região flexora e pronadora)
3.1.1 – Superficiais: músculos pronador redondo, flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo, palmar longo (inconstante) e flexor superficial dos dedos.
3.1.2 – Profundos: músculos flexor profundo dos dedos, flexor longo do polegar e pronador quadrado.
É difícil imaginar um movimento sequer em nosso corpo que não tenha participação de músculos.
Movimentos em nosso esqueleto, manutenção do corpo em posição ereta, movimentos do globo ocular, dilatação ou constrição da pupila nos olhos, focalização da imagem na retina, grau de dilatação ou constrição dos vasos sanguíneos, movimentos do tubo digestório, etc. Em todos estes casos ocorre uma importante participação dos músculos.
Uma importante característica do tecido muscular é a capacidade de alterar o seu comprimento durante o trabalho.
Podemos dividir, sob o ponto de vista histológico, os músculos em 2 grupos:
Os músculos estriados, por sua vez, podem ser fisiologicamente subdivididos em 2 grupos:
Esquelético
Geralmente inserem-se em ossos do esqueleto e são grandes responsáveis pela movimentação dos mesmos.
Cardíaco
Apesar de ser estriado apresenta características histo-fisiológicas bastante distintas quando comparado aos músculos esqueléticos.
Os músculos lisos também, quanto às suas características histo-fisiologicas, podem ser subdivididos em 2 grupos:
MÚSCULOS ESQUELÉTICOS
Um típico músculo esquelético é formado por numerosos conjuntos de fibras contráteis denominados fascículos.
Cada fascículo é constituído, por sua vez, por numerosas fibras.
A fibra apresenta uma resistente membrana que separa o seu meio interno do externo, denominada sarcolema. No interior da fibra se encontra um líquido intracelular denominado sarcoplasma. Submersos no sarcoplasma encontram-se numerosas unidades menores denominadas miofibrilas.
No interior das miofibrilas encontram-se milhares de delgados filamentos protéicos: Actina e Miosina.
Vejamos, a seguir, de que forma ocorre o processo contrátil num músculo esquelético:
Os filamentos de Actina e Miosina estão dispostos entre sí de modo organizado, de tal forma que, durante o estado de excitação da fibra, deslizam-se uns sobre os outros. Tal deslizamento força um encurtamento das miofibrilas que estão no interior de uma fibra o que, consequentemente, faz com que a fibra inteira acabe também se encurtando.
Quanto maior é o número de fibras que se contraem simultaneamente durante um trabalho muscular, maior será a força de contração do mesmo.
Mas, afinal de contas, o que provoca tal deslizamento de filamentos protéicos?
Um elemento muito importante que se encontra no interior das fibras musculares e que desempenha um papel muito importante no processo contrátil é o íon cálcio. Uma grande quantidade de íons calcio se armazena no interior de enormes e numerosos retículos sarcoplasmáticos, que se encontram distribuídos no interior das fibras. A permeabilidade ao cálcio na membrana de tais retículos é normalmente pequena e, além disso, existem potentes bombas de cálcio que, ativamente, transportam os tais íons do exterior para o interior dos retículos. Por isso encontramos uma grande concentração de íons cálcio no interior dos retículos sarcoplasmáticos.
Mas acontece que, ao receber um estímulo em sua placa motora, a fibra muscular se excita e, durante todo o tempo em que a mesma permanece excitada, um grande aumento na permeabilidade aos íons cálcio se verifica na membrana dos retículos sarcoplasmáticos que se encontram em seu interior. Devido ao aumento na permeabilidade aos íons cálcio, um grande fluxo destes íons se verifica do interior para o exterior do retículo sarcoplasmático. Os íons cálcio, então, liberados em grande número para fora dos retículos sarcoplasmáticos, ligam-se quimicamente nas diversas moléculas de troponina, presentes nos delgados filamentos de actina. Isso provoca o deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina, tracionados pelas pontes cruzadas destes últimos, que se engatam quimicamente em determinados pontos (pontos ativos) dos filamentos de actina e os tracionam mecanicamente, como num mecanismo de roda denteada na corrente de uma bicicleta ou numa catraca ou mesmo numa cremalheira.
O processo descrito acima perdura enquanto a fibra muscular se mantém excitada. A mesma se mantém excitada enquanto continua recebendo estímulos químicos através de sua placa motora. A estimulação química na placa motora se faz através da liberação de acetil-colina pela terminação nervosa motora, enquanto os potenciais de ação ocorrem e se propagam à terminação nervosa. Uma vez cessada a excitação da fibra nervosa motora, os potenciais de ação através da mesma também cessam e, consequentemente, a excitação da fibra muscular também cessa. Imediatamente a permeabilidade aos íons cálcio na membrana dos diversos retículos sarcoplasmáticos se reduz, retornando ao normal. Rapidamente, então, a quantidade de íons cálcio no exterior dos retículos sarcoplasmáticos também diminui bastante e, consequentemente, a força contrátil se desfaz, devido ao desligamento dos íons cálcio que se encontravam nos filamentos de actina. A fibra muscular, então, se relaxa.
FATORES QUE DETERMINAM A FORÇA DE CONTRAÇÃO DE UM MÚSCULO ESQUELÉTICO DURANTE SEU TRABALHO:
Quanto maior é o número de fibras musculares utilizadas ao mesmo tempo, num mesmo músculo, durante uma contração do mesmo, maior será a sua força contrátil.
Num típico músculo esquelético, formado com até milhares de fibras, muitas vezes um grande número de fibras são utilizadas simultaneamente durante um trabalho de contração.
Embora cada fibra seja individual, isto é, uma vez excitada se contrai mas não passa a excitação para outra fibra qualquer, mesmo que essa outra fibra se encontre muito próxima, normalmente, um grande número de fibras num mesmo músculo são excitadas simuntaneamente.
Existem numerosas fibras que seriam inervadas, embora individualmente, por terminações de ramificações axônicas de uma mesma fibra nervosa motora. Um conjunto de fibras musculares inervadas por ramificações de uma mesma fibra nervosa motora forma aquilo que chamamos de Unidade Motora. Existem numerosas unidades motoras num mesmo músculo, de diversos tamanhos. As maiores, formadas por um grande número de fibras musculares (centenas), geralmente são inervadas por fibras nervosas motoras mais calibrosas, de baixa excitabilidade. São, portanto, mais dificilmente exitáveis e necessitam de grandes estímulos para que possam se contrair. Já as unidades motoras menores, formadas por um baixo número de fibras musculares (algumas dezenas) são, geralmente, inervadas por fibras nervosas motoras menos calibrosas e mais excitáveis. São, portanto, muito mais facilmente excitáveis e não exigindo grande intensidade de estímulos para que suas contrações ocorram.
De acordo com as afirmações descritas acima, pode-se concluir que, na medida em que se aumentam a intensidade dos estímulos numa determinada área motora do sistema nervoso central responsável pela contração de um determinado músculo esquelético, mais intensas seriam suas contrações, pois um número cada vez maior de unidades motoras naquele músculo seriam utilizados. A isto chamamos Somação de Unidades Motoras.
Outro fator importante que interfere na força de contração de um determinado músculo esquelético, é a frequência dos potenciais de ação que se dirigem às terminações axônicas que se ligam às suas placas motoras. Quanto maior a frequência de tais impulsos nervosos, maior será a quantidade de mediadores químicos (acetil-colina) siberados na placa motora muscular e, com isso, maior será a estimulação da mesma. Além disso, as repetidas e rápidas contrações musculares se somam umas às outras e, numa alta frequência, vão aumentando o estado contrátil das fibras musculares. Portanto, na medida em que aumentamos a frequência dos estímulos em um conjunto de fibras nervosas motoras que se dirigem a um músculo esquelético, mais intensas serão as contrações do mesmo devido ao que chamamos de Somação de Ondas.
Milton Carlos Malaghini
Fonte: www.geocities.com
Miologia
Existe uma enorme variedades de músculos, dos mais variados tamanhos e formato, onde cada um tem a sua disposição conforme o seu local de origem e de inserção.
E existe uma enorme variedades de músculos, dos mais variados tamanhos e formato, onde cada um tem a sua disposição conforme o seu local de origem e de inserção.
O sistema muscular é capaz de efetuar imensa variedade de movimento, onde toda essas contrações musculares são controladas e coordenadas pelo cérebro.
Os músculos são os órgãos ativos do movimento. Eles são dotados da capacidade de se contrair e de se relaxar, e, em conseqüência, transmitem os seus movimentos aos ossos sobre os quais se inserem, os quais formam o sistema passivo do aparelho locomotor. O movimento de todo o corpo humano ou de algumas das suas partes - cabeça, pescoço, tronco, extremidades deve-se aos músculos. De músculos estão, ainda, dotados os Órgãos que podem produzir certos movimentos (coração, estômago, intestino, bexiga etc.).
A musculatura toda do corpo humano pode, portanto, dividir-se em duas categorias:
1) Os músculos esqueléticos
Os músculos esqueléticos, que se ligam ao esqueleto; estes músculos se inserem sobre os ossos e sobre as cartilagens e contribuem, com a pele e o esqueleto, para formar o invólucro exterior do corpo. Constituem aquilo que vulgarmente se chama a “carne” e são comandados pela vontade.
2) Os músculos viscerais
Os músculos viscerais, que entram na constituição dos órgãos profundos, ou vísceras, para assegurar-lhes determinados movimentos. Estes músculos têm estrutura “lisa” e funcionam independentemente da nossa vontade.
Uma categoria à parte é constituída pelos músculos cutâneos, os quais se inserem na pele, pelo menos por uma das suas, extremidades. No homem, esses músculos são pouco desenvolvidos e são encontrados, na sua maior parte, na cabeça e no pescoço (músculos mímicos), mas são muito desenvolvidos nos animais.
As células musculares, chamadas fibras, têm a capacidade de mover-se. O movimento, uma das propriedades mais surpreendentes da matéria vivente, não é patrimônio exclusivo do músculo.
No século XVII, observou-se através de um microscópio o movimento de células espermáticas.
Existe uma grande variedade de células capazes de mover-se, como, por exemplo: os glóbulos brancos que viajam pelo sangue até os tecidos onde vão atuar, o movimento dos cílios (pelos) na superfície de algumas células como no Sistema Respiratório. Nestes casos, o movimento é função secundária das células.
Unidade Motora ou Unidade Funcional
Cada músculo tem um nervo motor (grupo de fibras nervosas) que entra nele. Cada fibra nervosa se divide em ramas terminais, chegando cada rama a uma fibra muscular.
Em conseqüência, a unidade motora esta formada por um só neurônio e o grupo de células musculares que este inerva. O músculo possui muitas unidades motoras. Responde de forma graduada dependendo do número de unidades motoras que se ativem.
Contração Muscular
A maquinaria contrátil da fibra muscular está formada por cadeias protéicas que se deslizam para encurtar a fibra muscular. Entre elas há a miosina e a actina, que constituem os filamentos grossos e finos, respectivamente. Quando um impulso chega através de uma fibra nervosa, o músculo se contrai.
Quando uma fibra muscular se contrai, se encurta e alarga. Seu comprimento diminui a 2/3 ou à metade. Deduz-se que a amplitude do movimento depende do comprimento das fibras musculares. O período de recuperação do músculo esquelético é tão curto que o músculo pode responder a um segundo estímulo quando ainda perdura a contração correspondente ao primeiro. A superposição provoca um efeito de esgotamento superior ao normal.
Depois da contração, o músculo se recupera, consome oxigênio e elimina bióxido de carbono e calor em proporção superior à registrada durante o repouso, determinando o período de recuperação.
O fato de que consome oxigênio e libera bióxido de carbono sugere que a contração é um processo de oxidação, mas, aparentemente, não é essencial, já que o músculo pode se contrair na ausência de oxigênio, como em períodos de ação violenta; mas, nesses casos, se cansa mais rápido e podem aparecer cãibras.
Existem três tipos principais de músculos: músculo esquelético (também chamado de músculo voluntário, pois é ou pode ser conscientemente controlado); músculo liso (também conhecido por músculo involuntário, pois não se encontra sob o controle consciente); e o tecido muscular especializado do coração. Os seres humanos possuem mais de 600 músculos esqueléticos, os quais diferem em forma e tamanho, conforme a tarefa que cada um desempenha. Os músculos esqueléticos estão ligados direta ou indiretamente (via tendões) aos ossos, e trabalham em pares antagônicos (enquanto um músculo do par se contrai, o outro, que causa o deslocamento oposto da articulação, relaxa), de forma a produzir os mais diversos movimentos, como andar, costurar, músculos lisos revestem as paredes de órgãos internos e executam ações como forçar a passagem do bolo alimentar pelos intestinos, contrair o útero no parto e controlar o fluxo sanguíneo para os diversos tecidos.
Músculos Esqueléticos
Têm a cor vermelha devido a um pigmento muito semelhante àquele dos glóbulos vermelhos, a hemoglobina muscular ou mioglobina. A forma deles é extremamente variável; há músculos em fita (músculos retos do abdome) em leque (grande peitoral), em cúpula (diafragma), denteados (grande denteado).
Todos os músculos se podem reunir, não obstante, em dois grandes grupos: os músculos longos, os quais, mesmo quando pequenos, desenvolveram-se em comprimento, e os músculos largos, nos quais prevalece a largura sobre as outras dimensões. Os músculos longos se acham principalmente nos membros, enquanto os largos prevalecem nas paredes do abdome e do tórax.
Os músculos longos têm a forma de fuso, com uma parte central mais grossa chamada ventre, e duas extremidades mais delgadas; as extremidades se continuam por um cordão branco nacarado: o tendão.
Os tendões não são constituídos por tecido muscular, mas por tecido conjuntivo bastante resistente. São os tendões que se inserem nos ossos.
A tração de um músculo geralmente é exercida através de uma artucilação, o que diminui o ângulo entre os ossos articulados. Por exemplo, quando um músculo braquial se contrai, flexiona o antebraço na articulação do cotovelo
Há músculos que têm mais de um tendão, embora tendo um só ventre (dizse então que o músculo é monocaudado, bicaudado, etc.). Outros, ao contrário, têm vários ventres, que, de um lado, têm origem em tendões separados e parecem músculos independentes, mas, do oposto, confluem em um só; estes músculos tomam um nome que indica o número dos seus ventres (bíceps do braço e da coxa, tríceps do braço e da perna, quadríceps da coxa). Há enfim, músculos que têm dois ventres, um depois de outro, como se fossem dois músculos consecutivos (músculo digástrico).Observando-se a musculatura dos membros, é fácil perceber que os músculos se agrupam entre si para realizar uma determinada função; distinguem-se assim grupos e ações antagônicas. Por exemplo, o bíceps dobra o antebraço sobre o braço, enquanto o tríceps, situado da parte oposta, o distende. No antebraço distinguem-se os músculos da face anterior, que dobram os dedos, e os músculos da face posterior que, ao contrário, os distendem.
Certos músculos, enfim, têm uma curiosa conformação circular: tais são os esfíncteres, dos quais a contração assegura o fechamento de certos orifícios (esfíncter retal, esfíncter da uretra e da bexiga), e os músculos orbiculares. A estes últimos pertencem o orbicular da boca (que arredonda os lábios e os faz salientes para fora, como no ato de assobiar e na pronúncia da vogal U) e o orbicular das pálpebras (que permite fechar os olhos).
Os músculos largos não se podem inserir mediante tendões, que são cordões redondos; inserem-se por meio de lâminas ditas aponeuroses, que têm estrutura análoga aos tendões.
Por vezes, os músculos estão recobertos por faixas, delgadas lâminas conjuntivas que se podem inserir sobre os ossos do mesmo modo que o músculo, e mandar septos para o interior; para dividir as massas musculares ao longo de tais septos caminham vasos e nervos.
Os próprios tendões podem ser recobertos por formações características: as bainhas fibrosas e as bainhas mucosas.
As bainhas fibrosas representam uma proteção do tendão, e, por vezes, inserindo-se nos ossos, formam uma polia sobre a qual o tendão desliza para mudar de direção. As bainhas mucosas contêm um líquido que favorece o escorregamento do tendão. Estas formações se acham, na verdade, nos pontos em que os tendões têm necessidade de ser lubrificados e de ser o seu movimento facilitado, isto é, em geral, aí onde o tendão está em contacto com o osso.
A mesma finalidade têm as bolsas mucosas, que são verdadeiras almofadinhas cheias de líquido.
Músculos Viscerais
São músculos presentes no interior das vísceras, e geralmente não se vêem a olho nu (salvo o músculo cardíaco que é volumoso e mesmo constitui a parte fundamental do coração). Para observá-los é necessário praticar a dissecação e adotar então o microscópio.
Há dois tipos de músculo liso:
Multiunitário
Cada fibra se comporta como uma unidade independente, comportamento semelhante ao músculo esquelético.
Unitário simples
As células se comportam de modo semelhante ao músculo cardíaco, como se fossem uma estrutura única. O impulso se transmite de célula a célula. Pode-se dizer que o músculo, em sua totalidade, funciona como uma unidade.
No intestino grosso, no entanto, pode-se ver a camada muscular externa sob a forma de delgadas fitas longitudinais. Além disso (bexiga, piloro) formam os esfíncteres.
O do estômago é conhecido pelo nome de esfíncter pilórico.
Há mesmo dois tipos de músculos esfincterianos: os esfíncteres estriados, que estão sob a ação da vontade (esfíncter estriado da uretra, esfíncter estriado do reto) e os esfíncteres lisos, que não estão sob a ação da vontade (esfíncter da bexiga, esfíncter pilórico).
Ações dos Músculos Esqueléticos
A unidade estrutural de um músculo é uma célula ou fibra muscular. A unidade funcional, constituída de um neurônio motor e as fibras musculares que ele controla, é chamada unidade motora. O número de fibras musculares em uma unidade motora varia de uma a várias centenas, mas usualmente elas são cerca de 100. Cada fibra muscular se comporta como uma unidade. Um músculo esquelético tem tantas unidades quanto fibras. Por isso se define como multiunitário.
O número de fibras varia de acordo com o tamanho e a função do músculo. Grandes unidades motoras, onde um neurônio supre várias centenas de fibras musculares, são encontradas em grandes músculos do tronco e da coxa, enquanto nos pequenos músculos do globo ocular e da mão, onde movimentos de precisão são necessários, as unidades motoras contêm apenas umas poucas fibras musculares.
Quando um impulso nervoso atinge o neurônio motor na medula espinal, outro impulso nervoso é iniciado, o que faz todas as fibras musculares supridas por aquela unidade motora se contraírem simultaneamente. Os movimentos resultam de um crescente número de unidades motoras sendo postas em ação, enquanto os músculos antagonistas são relaxados.
Durante a manutenção de uma dada posição ou postura, os músculos envolvidos estão em um estado de contração reflexa. O tônus é o estado de excitabilidade do sistema nervoso que controla ou influencia os músculos esqueléticos. A manutenção do tônus depende dos impulsos que chegam ao encéfalo e à medula espinal, a partir das terminações sensitivas nos músculos, tendões e articulações.
Durante os movimentos do corpo, os músculos principais são ativos. Estes músculos, chamados agonistas ou motores primários (g. agon, luta), contraem-se ativamente para produzir o movimento desejado. Um músculo que se opõe à ação de um agonista é chamado antagonista. À medida que um agonista se contrai, o antagonista progressivamente relaxa; esta coordenação produz um movimento suave. Os antagonistas também são ativados no final de um movimento brusco para proteger as articulações de lesões (por exemplo, as articulações do quadril, do joelho e do tornozelo durante um chute no futebol).
Quando um agonista cruza mais de uma articulação, certos músculos evitam o movimento da articulação interposta. Estes tipos de músculos são chamados sinergistas (g. syn, junto, + ergon, trabalho). Assim, os sinergistas complementam a ação dos agonistas. Outros músculos, chamados fixadores, firmam as partes proximais de um membro (como o antebraço) enquanto os movimentos estão ocorrendo nas partes distais (como a mão). O mesmo músculo pode agir como um agonista, antagonista, sinergista ou fixador sob diferentes condições.
Músculo cardíaco
O músculo cardíaco (músculo do coração) ou miocárdio forma a maior parte das paredes do coração. Embora ele seja composto de fibras (células) estriadas, as contrações do músculo cardíaco não estão sob controle voluntário.
O ritmo cardíaco é regulado por um marcapasso composto de fibras musculares cardíacas especiais, que são inervadas pelo sistema nervoso autônomo.
Músculo liso
O músculo liso forma a camada muscular nas paredes dos vasos sanguíneos e do tubo digestivo. Como o músculo cardíaco, o músculo liso é inervado pelo sistema nervoso autônomo. Por isso ele é músculo involuntário, podendo sofrer contração por longos períodos. Isto é importante na regulação do tamanho da luz de estruturas tubulares (por exemplo, o intestino e vasos sanguíneos). Nas paredes do tubo digestivo, tubas uterinas e ureteres, as células musculares lisas podem provocar ondas peristálticas ou contrações rítmicas. Este processo, conhecido como peristalse, empurra os conteúdos ao longo das estruturas tubulares (como ocorre com os alimentos no intestino).
O tônus é abolido pela anestesia. Conseqüentemente, articulações luxadas ou ossos fraturados são mais facilmente reduzidos (colocados em suas posições normais) quando é administrado ao paciente um agente anestésico, um composto que reversivelmente deprime a função neuronal. Em algumas doenças do sistema nervoso, o tônus é aumentado (espasticidade) ou diminuído (flacidez).
Os músculos dependem de um rico suprimento sanguíneo, pelo oxigênio e os nutrientes, e dos nervos para conduzir os impulsos e induzir a contração. Se um músculo é privado de sua inervação diz-se que ele está desnervado e eventualmente vai sofrer atrofia (definhar) porque as fibras musculares diminuirão de tamanho. Um músculo também pode aumentar ou hipertrofiar-se pelo uso constante (por exemplo, no levantamento de peso). Nestes casos, as fibras musculares crescem, mas o seu número permanece o mesmo.
Os músculos esqueléticos têm limitados poderes de regeneração. Quando há uma extensa lesão muscular, o tecido muscular é eventualmente substituído por tecido cicatricial fibroso.
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